quarta-feira, 27 de março de 2013

Falcoaria - Emissão de selos

Caros leitores,


No passado dia 23 de Março, foi colocada em circulação uma série de selos dedicada à falcoaria. Aqui vos trazemos as imagens desta série de selos e respetivas especificações técnicas.

Segundo Carlos Crespo "O mais antigo testemunho desta prática é um baixo-relevo encontrado nas ruínas de Khorsabad, na antiga Mesopotâmia, datado do ano 1400 A.C. Do seu berço asiático inicial, a falcoaria expandiu-se para Oriente com as invasões mongólicas e foi introduzida na China, de onde chegam as primeiras notícias escritas sobre a sua prática no século VII antes da era cristã.
Na Península Ibérica, esta modalidade de caça praticou-se desde o século V, tendo sido introduzida pelos Suevos e Visigodos e mais tarde aperfeiçoada com o advento das Cruzadas e com o contacto com os povos árabes. Durante a Idade Média, a falcoaria conheceu a sua «Idade de Ouro», transformando-se na distração favorita dos senhores medievais e num privilégio da nobreza. As cortes europeias tinham ao seu serviço falcoeiros profissionais que treinavam e cuidavam destas aves de luxo. Os mais requintados segredos desta arte mantinham-se por tradição oral e eram transmitidos de geração em geração. A necessidade de sistematizar todos os conhecimentos relativos a esta disciplina de caça levou os reis a encarregar os seus falcoeiros da redação de diversos tratados de falcoaria, hoje considerados um género literário medieval, os quais guardam os mais preciosos e genuínos aspetos desta arte.
Em Portugal, a falcoaria floresceu desde a primeira dinastia, sendo considerada a mais nobre de entre todas as modalidades de caça. Em 1568, D. Sebastião criou um regimento próprio para o ofício de Falcoeiro-Mor, ou Caçador-Mor, cargo que superintendia o funcionamento da falcoaria da casa real. Nas primeiras décadas do século XVIII, a falcoaria de estado vive em Portugal um período de grande fausto e sumptuosidade, rivalizando com o que de melhor havia na Europa da época. As técnicas de adestramento das aves e a execução dos lances são levados ao mais alto nível durante os reinados de D. José e D. Maria. O advento da Revolução Francesa e a nova ordem estabelecida deixariam pouco espaço de manobra para a subsistência da falcoaria, a qual recordava demasiado a Monarquia e os valores de tempos passados. Os ventos da República, a mudança dos gostos e dos hábitos, a vulgarização da caça com armas de fogo, bem como o advento da I Guerra Mundial, acabaram por fazer cair no esquecimento esta modalidade de caça, levando ao seu rápido declínio em toda a Europa. Hoje em dia assiste-se a um crescente interesse pela falcoaria, atualmente considerada uma modalidade de caça extraordinária e «ecológica». A falcoaria moderna está dotada de sólidas bases técnicas e conhecimentos científicos. São atribuídos aos falcoeiros os progressos verificados nas últimas décadas relativamente ao conhecimento das aves de rapina e sua conservação. As espécies utilizadas neste desporto são reproduzidas em cativeiro para esta finalidade e a sua detenção e comércio está regulamentada por disposições nacionais e convenções internacionais. Em Portugal, os praticantes da modalidade estão representados pela Associação Portuguesa de Falcoaria. A nível supranacional, a I.A.F. (International Association for Falconry and Conservation of Birds of Prey) reúne mais de cinco dezenas de associações nacionais de diferentes países do mundo. Em 2010, a UNESCO reconheceu a riqueza do legado histórico e artístico da falcoaria, procedendo ao registo da atividade na lista do Património Imaterial da Humanidade."


Dados Técnicos:

Emissão: 2013 / 03 / 23
Carimbos de 1.º dia: 






Selos:
N20g. – 155 000
 

A20g. – 110 000












E20g. – 145 000
 

I20g. – 115 000













Bloco: Com um selo €1,50 – 54 500
















Design - Francisco Galamba

Créditos
Selos
N20g Falcão-peregrino/Falco peregrinus, foto FG; em voo, foto Alamy/Fotobanco; Caparão, foto FG;
A20g Açor/Accipiter gentilis, foto FG; em voo, foto Alamy/Fotobanco; Bornal;
E20g Gavião/Accipiter nisus, foto FG; em voo, foto Alamy/Fotobanco; Rol;
I20g Águia-real/Aquila chrysaetos,foto Bruno Alves; em voo Alamy/Fotobanco; Luva de falcoaria.

Bloco
Casa Real, liv. 7599, Arquivo Nacional – Torre do Tombo
Falcão (ilustração), foto Larry Duke-
-Illustration Works/VMI/Corbis
Selo - Falcoaria Real de Salvaterra de Magos

Sobrescrito de 1.º dia - Banco, foto FG.

Bilhetes - Postais
Falcão-peregrino/Falco peregrinus, foto Alamy/Fotobanco;
Açor/Accipiter gentilis, foto Alamy/Fotobanco;
Gavião/Accipiter nisus, foto Alamy/Fotobanco;
Águia-real/Aquila chrysaetos, foto Alamy/Fotobanco;

Capa da Pagela: Caparão, foto FG

Papel: FSC 110 g/m2

Formato
Selos: 30,6 x 40 mm
Bloco: 125 x 95 mm

Picotagem: Cruz de Cristo 13x13

Impressão – offset

Impressor: INCM (Imprensa Nacional Casa da Moeda)

Folhas: Com 50 exemplares

Bilhetes Postais: 0,45€ cada

Sobrescritos de 1.º dia
C5 – €0,75 (com bloco 2,60€)











C6 - €0,56 (com selos 3,36€)
 

Pagela €0,70 (com material filatélico 5,34€)

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